Figura mitológica, o grifo era um ser fantástico que pertenceu a várias mitologias e foi reproduzido em diversas alturas da História, sendo bastante recorrente na Antiguidade, na Idade Média e na época renascentista. Com corpo de leão, tinha um bico de águia e era dotado de asas. O seu nome, em grego, significa "recurvado", como alusão ao bico curvo de águia e às garras de leão. Na Grécia antiga, este ser foi também associado a Apolo Sauróctono e aparecia a seu lado, por vezes, em substituição do cisne. Provavelmente com origem no Médio Oriente, onde frequentemente se esculpiam em estruturas arquitectónicas (nomeadamente na Pérsia), tinham o nome de "querubim" ou kar?bu entre os Acádios. A sua ligação à Pérsia e a presença de parte do corpo de um animal relacionado com o Céu como a águia e de um outro estreitamente conotado com a terra como o leão fez com que se associasse tanto aos magos persas, símbolo da sabedoria das coisas terrenas e celestes, como ao sincretismo dos poderes terreno e sobrenatural num só governante. Com o advento do Cristianismo, este sincretismo passou a simbolizar a união das duas naturezas de Jesus Cristo na sua pessoa.
Os grifos eram seres guardiães, que se cria guardarem tanto a cratera de vinho do deus Dioniso como o tesouro de Apolo situado no país dos Hiperbóreos, na Cítia (apontando-se por vezes, como alternativas a esta localização, a Índia ou a Etiópia), objectivo das constantes investidas dos Arimaspes. Também no Norte da Índia surgiram lendas relativas à intervenção dos grifos na procura do ouro, criando obstáculos aos pesquisadores. Aparecem referências a estes seres em obras como o Prometeu Agrilhoado, de Ésquilo, na qual denomina os grifos de "cães de Zeus". Durante a Idade Média, o grifo marcou presença nos bestiários e nas suas transposições para a escultura da pedra, em igrejas e catedrais.
feito por Matheus Cavalheiro Alexandre.